Presidente da França se incomodou com presença de policiais em igreja considerada território francês dentro de Israel.
Presidente da França, Emmanuel Macron, discute com policiais israelenses ao entrar na igreja Saint-Anne em Jerusalém — Foto: Ludovic Marin/AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, discutiu nesta quarta-feira (22) com policiais israelenses em Jerusalém em uma igreja considerada território francês dentro de Israel. Ele teria se irritado com a presença ostensiva dos agentes de segurança, segundo a imprensa local (leia mais adiante sobre o porquê da irritação).
Em vídeo gravado no local e que repercutiu nas mídias israelense e francesa, Macron fala em inglês com policiais, em tom de voz alterado.
“Todo mundo sabe as regras, e eu não gostei do que vocês fizeram. Vão embora”, ordenou Macron.
“Ninguém precisa provocar ninguém, ok? Vamos manter a calma, nós tivemos uma caminhada maravilhosa. Vocês fizeram um ótimo trabalho na cidade, e eu gostei muito”, disse o francês em seguida a um dos responsáveis pela segurança.
“Por favor, respeitem as regras que existem há séculos. E elas não vão mudar comigo, eu posso lhes dizer”, completou.
Por que Macron se irritou?
Presidente da França, Emmanuel Macron, também visitou igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém nesta quarta-feira (22) — Foto: Ludovic Marin/AFP
De acordo com o jornal “Jerusalém Post”, o presidente francês não gostou de ver um grupo de policiais israelenses controlando a passagem da comitiva em um território considerado como pertencente à França.
O “Jerusalém Post” compara a situação à uma eventual entrada de policiais israelenses dentro do avião presidencial de Macron no aeroporto de Israel. A aeronave já seria um território francês, o que tiraria a necessidade da escolta estrangeira.
Emmanuel Macron, presidente da França, ora no Muro das Lamentações em Jerusalém — Foto: Ludovic Marin/AFP
Segundo o jornal francês “Le Figaro”, o mal estar entre o presidente e as forças israelenses começou quando Macron fez visitas inesperadas a pontos importantes do centro histórico de Jerusalém, como o Santo Sepulcro. Em um momento de crise com a Palestina, visitas de chefe de Estado exigem maior planejamento das autoridades de segurança.
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Não é a primeira vez que a presença de policiais israelenses na igreja de Saint-Anne irrita um presidente francês. Em 1996, Jacques Chirac também discutiu com forças de segurança que o cercavam dentro do templo religioso e disse que não entraria no local enquanto os agentes não saíssem de lá.
“Vocês querem que eu pegue o avião de volta?”, disse Chirac, irritado, aos policiais em 1996.
Montagem mostra irritação de Emmanuel Macron (acima, em 2020) e de Jacques Chirac (abaixo, em 1996) ao visitar igreja francesa em Jerusalém — Foto: Gerard Fouet e Ludovic Marin/AFP
Com informações do G1