Em desvantagem nas pesquisas, presidente precisa compensar o fiasco do primeiro confronto e deve pressionar democrata sobre negócios do filho.
Trump e Biden no primeiro e único debate até aqui — Foto: Reuters
Trump tem pouco tempo — faltam 11 dias para os votos serem apurados — e um controverso mandato a defender. Carrega o peso de um processo de impeachment e críticas pela condução errática da pandemia de Covid-19, pelo recrudescimento da tensão racial no país e pela perda de liderança dos EUA no cenário internacional.
O ponto fraco de Biden é o filho Hunter, que a campanha republicana tenta associar como intermediador de uma reunião entre um executivo da holding ucraniana Burisma e o ex-vice-presidente de Obama. Trump pressiona o procurador-geral William Barr para investigá-lo, após a publicação de reportagens do “New York Post”.
Democratas alegam que Biden nunca esteve presente à reunião citada em e-mails e que a denúncia faz parte de mais uma campanha de difamação perpetrada pela Rússia às vésperas de uma eleição americana.
Na reta final da campanha, Trump vincula a família de Biden a uma empresa corrupta e estimula seus partidários a repetirem o lema “Prendam ele” — o mesmo grito de guerra entoado em 2016 contra Hillary Clinton.
O candidato democrata foi evasivo nas respostas às reportagens do jornal e deverá ser bastante pressionado pelo presidente no embate final. A questão é se, a esta altura do jogo, a suposta denúncia colará em Biden com potencial para mudar o curso da eleição. Com mais de 220 mil mortos, a pandemia do novo coronavírus domina a campanha, e 30 milhões de eleitores já depositaram seus votos em caixas de correio.
Menos de 4% ainda estão indecisos. Na véspera do debate, 43% dos entrevistados pela pesquisa Economist/YouGov consideram que o encontro entre os dois candidatos não se faz necessário. Entre o universo de eleitores, 45% acreditam que Biden se sairá melhor no confronto desta noite, em oposição a 36% que confiam na performance de Trump.
O candidato democrata está menos desafiado. O presidente, por sua vez, tem que dar um show em Nashville e ainda moderar o tom para não correr o risco de ter o microfone cortado.
Com informações do G1