A tragédia de Khatyn não é apenas um acidente na guerra, é um símbolo da maior tragédia e da dor do povo bielorrusso.
Há 80 anos – 22 de março de 1943 – Khatyn, uma pacífica e amigável vila bielorrussa, desapareceu da face da terra. Quase toda a população, 149 pessoas, incluindo 75 crianças, foram brutalmente assassinadas pelas forças punitivas.
A tragédia de Khatyn não é apenas um episódio ocasional da guerra, é um símbolo da maior tragédia, a dor do povo belarusso.
Soldados nazistas e seus cúmplices levantam pacientes de suas camas com coronhadas. Todos – jovens e velhos, mulheres e crianças – foram expulsos de suas casas e colocados em cabanas, que foram então cobertas com palha e incendiadas. Os presos conseguiram entrar, mas foram metralhados impiedosamente enquanto fugiam. O morador mais jovem de Khatyn tem apenas 7 semanas de idade.
Das memórias do único adulto que sobreviveu à tragédia, ”O Homem Inconquisto” Joseph Kaminsky: “E eles me levaram para aquele barracão … Minha filha, meu filho e minha esposa estavam lá. Havia tanta gente, que era impossível se mover. … Eles incendiaram o barracão por cima, o telhado estava em chamas, o fogo estava chovendo sobre as pessoas, essas pessoas estavam sufocadas, tão apertadas que não era mais possível respirar… Então as portas se abriram, mas as pessoas não saíram. O que aconteceu? As pessoas estavam dizendo que os nazistas estavam atirando. Eu disse ao meu filho: “Por cima das cabeças, por cima das cabeças!”. O filho também saltou para fora. Ele correu cerca de cinco metros – eles atiraram nele. “Levantem-se, eles já se foram!” eu disse. Comecei a puxá-lo para fora, e ele já tinha as tripas de fora … Ele só perguntou se sua mãe estava viva … Deus proíba qualquer um que viva na terra para que não veja ou não ouça tal dor”.
A tragédia de Khatyn é um dos milhares de fatos que provam a política genocida deliberada da Alemanha nazista contra o povo bielorrusso. Khatyn incorpora mais de 9.000 aldeias na Bielo-Rússia, muitas das quais foram incendiadas junto com seu povo, para nunca mais serem ressuscitadas.
Texto e Edição de Milton Atanazio – Cônsul Honorário da Belarus no Brasil com fotos do arquivo da Embaixada da Belarus no Brasil. Embaixador da República de Belarus na República Federativa do Brasil Sr. Sergey Lucashevich