Cultura, história e troca de experiências no Programa Embaixadas de Portas Abertas, do Governo do Distrito Federal
A manhã desta sexta-feira (12) teve gosto de viagem para 26 estudantes da Escola Classe Natureza, do Paranoá. Aliás, viagem internacional. Com direito a carimbar o passaporte, provar comidas típicas e escrever o nome em outra língua. Toda essa experiência aconteceu na Embaixada da Sérvia, no Setor de Embaixadas Sul, pelo Programa Embaixada de Portas Abertas (Pepa).
Desenvolvido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) por meio da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter-DF) e apoio da Secretaria de Educação, o Pepa leva estudantes para uma visita guiada à embaixada e, depois, acompanha o corpo diplomático em visita à escola.
Para ambos, uma experiência única que proporciona aos alunos uma imersão na cultura e história de outro país e aos diplomatas, a oportunidade de conhecerem a realidade e o projeto educacional aplicado nas escolas da capital.
“De tudo, o que eu mais gostei foi aprender a escrever o meu nome em sérvio”, contou o estudante Antônio Elias César da Silva, de 9 anos. “Achei bem fácil e vou ensinar minha mãe e meu irmão de 12 anos quando chegar em casa”, gabou-se. Todos os alunos receberam o abecedário sérvio e a orientação do próprio embaixador Aleksandar Ristić, que fez questão de auxiliar os estudantes na grafia certa dos nomes.
“Hoje é um dia especial, mas peço a compreensão de todos porque sou estudante como vocês: estudo português, não sou fluente na língua ainda”, brincou o diplomata.
Esta foi a primeira visita do Pepa de 2024 que passará, até o fim do semestre, por mais 13 embaixadas. Ao longo do ano, o programa visitará 30 missões diplomáticas e levará embaixadores e diplomatas desses países a 30 escolas diferentes em todo o Distrito Federal. Neste ano, pela primeira vez, o programa será estendido, ainda, para escolas do Entorno do DF.
Viagem internacional
Logo quando chegaram à embaixada, os estudantes desceram do ônibus eufóricos para conhecerem o país europeu – afinal, a embaixada é a representação do país no Brasil e o local em que está sediada é considerado “território internacional”. Por isso, logo que chegaram, todos tinham em mãos um “passaporte” confeccionado pela Serinter para que pudesse ser carimbado, “autorizando” a entrada dos alunos à embaixada.
“As embaixadas representam seus países na capital”, explicou o secretário de Relações Internacionais, Paco Britto. De acordo com ele, o programa promove a educação e o intercâmbio cultural, além de ser uma oportunidade única aos estudantes de conhecerem, de perto, outros países. “Muitos deles nunca, sequer, saíram da cidade e o Pepa acaba sendo uma viagem para todos”, comparou.
A chefe-adjunta de missão da embaixada, Jelena Blazevic, também acompanhou a visita de perto e coube a ela muitas das explicações aos estudantes, já que, por estar mais tempo no Brasil, tem maior domínio da língua portuguesa. E assim que adentraram ao prédio da embaixada, ela fez questão de falar dos tapetes sérvios, famosos no mundo inteiro. “Antes do casamento, as noivas recebem um tapete desses, que demora cinco meses para ficarem prontos, porque são feitos à mão”, explicou. “Cada estampa da tapeçaria tem um simbolismo diferente”, completou.
Os estudantes puderam ver de perto, ainda, a exposição sobre a vida e obra do sérvio Nikola Tesla, inventor da bobina de Tesla, um dispositivo que emite belos fluxos de energia elétrica para tentar transmitir eletricidade sem fio. A invenção também é usada ainda hoje em aparelhos de rádio e televisão e outros equipamentos eletrônicos. “É graças a ela que temos a energia como usamos hoje no mundo todo”, frisou Jelena.
Aula de cultura sérvia
A Embaixada da antiga Iugoslávia – hoje Sérvia – foi a primeira a ser construída e inaugurada em Brasília, em 1963. “O projeto da embaixada é de Slavko Brezovski, com o prédio tendo formas ortogonais típicas do modernismo, alinhado ao estilo arquitetônico de Brasília”, contou o embaixador aos estudantes.
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Outros pontos da cultura sérvia também foram destaque durante o Pepa com os alunos da Escola da Natureza, como a produção de ameixas e do queijo mais caro do mundo – feito a partir de leite de burra -, do vinho famoso no mundo todo, das comidas saudáveis e prática de esportes – que fazem da Sérvia um dos países com maior expectativa de vida do globo. “Nosso esporte mais popular é o tênis e temos o orgulho de ter o tenista Novak Djokovic considerado como o melhor de todos os tempos”, afirmou Jelena.
Antes de irem embora, os estudantes puderam saborear diversas guloseimas sérvias como o enroladinho de queijo, a torta de maçã e o croissant de marmelada, presunto e cenoura. “Eu adorei e realmente é tudo muito gostoso e saudável”, confirmou Jonatha Mendes, de 9 anos, estudante do 4º ano na escola do Paranoá. “Agradeço muito por terem recebido nossos alunos. Para eles, está sendo um dia muito especial”, finalizou a coordenadora da Gerência de Acompanhamento de Programas e Projetos Educacionais da Secretaria de Educação, Adriana Motta Souto Maior.
*Com informações da Secretaria de Relações Internacionais do Distrito Federal (Serinter-DF) e Agência Brasilia