Evento de três dias no Reino Unido reúne sete das maiores economias do mundo e a União Europeia
Começa nesta sexta-feira (11) a conferência do G7, grupo formado pelos líderes do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos.
Na Baía de Carbis, na Cornualha, a quase 500 km de Londres, eles devem discutir ao longo de três dias questões como a vacinação, a recuperação da economia global após a pandemia, mudanças climáticas e como lidar com a China e a Rússia.
“Isso mostra que a colaboração multilateral pode ser bem-sucedida”, disse.
Parte dessa vontade por união pôde ser vista também no encontro entre o presidente norte-americano Joe Biden e o premiê britânico Boris Johnson nesta quinta-feira (10). Os dois assinaram uma atualização da Carta do Atlântico, documento firmado por Winston Churchill e Frankin Roosevelt que estabelece diretrizes para o cenário pós-Segunda Guerra Mundial.
No novo texto, eles se comprometem com a defesa da democracia, a manutenção da segurança global e a criação de uma economia sustentável no século XXI — temas que devem protagonizar as discussões entre os líderes neste fim de semana.
Durante o encontro, Biden também deve oficializar a doação de 500 milhões de doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer a 92 países de baixa e média renda. O governo americano espera que seus interlocutores sigam o exemplo.
China e Rússia
Por trás dos anúncios públicos, os diplomatas dizem que os líderes do G7 falarão sobre como lidar com a China e a Rússia, como recuperar os trilhões de dólares perdidos durante a pandemia e como garantir o livre comércio num cenário que pende na direção chinesa.
A China, segunda maior economia global, nunca foi um membro do G7. A Rússia foi admitida como membro do G8 seis anos após a queda da União Soviética, mas foi suspensa em 2014 após anexar a península da Crimeia.
Pequim e Moscou pediram ao G7 que pare de interferir nos negócios deles.
O governo Biden também deve pressionar os aliados a se unirem contra as alegações de trabalho forçado na província chinesa de Xinjiang, casa da minoria muçulmana uigur. Fontes que acompanham as discussões dizem esperar que os líderes do G7 adotem uma linguagem firme em relação ao assunto. A China nega todas as acusações de abuso em Xinjiang.
Clima
A medida acontece mesmo com os EUA buscando manter Pequim como uma aliada no combate à mudança climática.
Em maio, Biden anunciou planos de requerer que empresas contratadas pelo governo dos EUA e instituições financeiras sejam mais transparentes sobre os riscos ambientais enfrentados pelos investimentos, e os funcionários norte-americanos estão pressionando para que outros países adotem medidas semelhantes.
O governo britânico também quer que os negócios relatem esses riscos como forma de aumentar investimentos em projetos verdes. No entanto, um acordo nesse sentido é improvável de acontecer ainda em junho. Um compromisso pode surgir na conferência do clima da ONU em Glasgow, na Escócia, em novembro deste ano.
Os países do G7 também têm visões diferentes na precificação do carbono, o que o Fundo Monetário Internacional vê como caminho essencial para diminuir as emissões de dióxido de carbono e atingir emissão zero até 2050.
Participantes
O G7 foi fundado em 1975 como um fórum das nações mais ricas para discutir as crises da época, como o embargo de petróleo da Opec. Somados, os PIBs dos países participantes são de US$ 40 trilhões, pouco menos da metade da economia global.
Essa será a primeira conferência do presidente americano Joe Biden, do premiê italiano Mario Draghi e do japonês Yoshihide Suga, além de ser a primeira para Boris Johnson desde o Brexit.
Para a alemã Angela Merkel, essa será a última reunião antes de deixar o cargo em setembro, e também a última de Emmanuel Macron antes das eleições presidenciais da França em 2022. Os líderes da Austrália, Coreia do Sul, África do Sul e Índia também foram convidados, embora o premiê indiano Narendra Modi não possa comparecer dado o agravamento da pandemia no país dele.
(*Com informações da Reuters e da CNN Internacional)