‘Colonialismo foi um erro profundo’, admite Emmanuel Macronmoeda para países da África, que anuncia nova
Presidente da França visitou a Costa do Marfim, país africano que já foi colônia francesa. Moeda de oito países do oeste da África deixará parcialmente de ser vinculada à política monetária francesa.
O presidente da França, Emmanuel Macron, reconheceu neste sábado (21) que o colonialismo foi “um erro da República”, em entrevista coletiva em Abidjan, na companhia do presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.
“Muito frequentemente a França é percebida como tendo um olhar de hegemonia e de símbolos de um colonialismo que foi um erro profundo, um erro da República”, declarou.
A Costa do Marfim, país no oeste da África visitado por Macron neste fim de semana, foi uma colônia francesa entre 1893 e 1960, quando conquistou independência. O continente africano, inclusive, tem outras ex-colônias da França, como Togo, Camarões, Gabão e Guiné, entre outros.
Macron criticou o colonialismo durante o anúncio do fim do franco africano, moeda que passará a se chamar “Eco” em oito países do oeste africano que a adotavam. A divisa continuará atrelada ao Euro — antigamente, era ao franco francês —, mas alguns laços com a Europa serão cortados.
A diferença é que os países da África ocidental não precisarão mais manter 50% das reservas no Tesouro Francês, como funcionava antes. Também não haverá mais um representante francês no conselho de política monetária da nova moeda.
Críticos do franco africano dizem que a moeda é uma forma de manter os países da África — na maioria, ex-colônias francesas — atreladas à França. Do outro lado, economistas celebram como a unidade formou uma certa estabilidade financeira em uma região por vezes turbulenta.
Críticas ao colonialismo francês
Durante a campanha presidencial de 2017, quando venceu o segundo turno das eleições ao derrotar a nacionalista Marine Le Pen, Macron havia afirmado que a colonização foi “um crime contra a humanidade”.
À época, a declaração gerou críticas por parte de políticos nacionalistas. A então presidenciável Marine Le Pen considerou a fala “grave”. “É a justificativa usada pelos delinquentes da periferia para agir, lutar e combater a França e tudo aquilo que representa a França e, claramente, nossas forças de segurança”, criticou.
\Com informações da AFP